domingo, 13 de novembro de 2011

Capítulo 13


- Rafinha, fala comigo – falava Letícia para ela no quarto.
            - Ele está em coma, não te ouve!
            Letícia conhecia essa voz: era Gentili.
            - Oi, Danilo!
            - Oi, tudo bem?
            - Tudo, e você?
            - Mais ou menos...
            - Da, me perdoe pelo...
            - Tudo bem, está perdoada! Podemos voltar a ser amigos?    
            - Claro, Dani! – Letícia deu um pulo e abraçou-o, dando um beijo no meio de suas covinhas.
            - Que bom!
            - É mesmo...
            - Estava com saudades, sabia Le?
            - Eu também, mas gostei dos teus posts no Twitter!
            - Valeu, nem eram tão bons... – disse Danilo sorrindo, mostrando suas covinhas.
            - Sabia que essas covinhas te deixam muito fofo!
            - Valeu, você também é fofa!
            - Que isso!
            - É sim!
            - Está bom... Convenceu-me!
            - kkk
            - kkk
            - Está triste pelo Rafinha, né?
            - É, mas espero que ele se recupere logo né, Da?
            - Com certeza! O CQC sem ele não tem muita graça! Tem que ter todo mundo, né?
            - Pois é!
            - kkk
            De repente, Rafinha abre os olhos e diz:
            - Le, é você?
            - Sou eu mesma, Rafs!
            - Desculpa se...
            - Tudo bem, eu que tenho que pedir desculpas...
            - Ok, te perdôo!
            E assim Le o abraça, beijando seu rosto.
            - Danilo?
            - Que foi, Rafinha?
            - Desculpa se a beijei aquela vez e quando te chamei de idiota.
            - Tudo bem cara, é nóis!
            - kkk Só você e a Le pra me alegrarem aqui!
            - kkk
            - kkk
            - E a Gabi?
            - Está no outro quarto!
            - E o bebê?     
            - Ela perdeu!
            - O quê?
            - Isso mesmo!
            - Ela perdeu nosso filho?
            - É difícil, mas é verdade!
            - Que merda...
            - Hum... Não fica assim!
            - Tudo vai passar!
            Rafinha estava triste, mas mais triste que ele estava Danilo, que por mais que se entendera com Le, ainda não a esquecera.
            Danilo saiu do hospital bem, mas no fundo ele estava péssimo, ele queria sumir, pra que ficar se o que aconteceu com Le tinha acabado e aquilo era o sentido de sua vida? Ele foi andando, sozinho, na tarde escura da solidão, parecia que sua vida não era nada, só uma passagem obscura em que ele passa todos os dias, mas a vida tinha de continuar. Ele estava passando pelo lago, o lugar preferido de Letícia, e lembrou-se do fim do namoro, da aliança jogada no lago, então olhou para ele e viu um homem olhando para a água, triste e disse:
            - O que aconteceu com você?
            - Não tenho dinheiro para comprar uma aliança para minha noiva...
            - Não fica assim, se quiser eu te dou...
            Nesse momento, o homem avista uma coisa brilhando no lago, era uma aliança.
            - Não precisa, olha essa aliança, é um milagre!
            - Epa, essa não é a minha aliança?
            - O que você falou?
            - Nada...
            - Ah... Vou ir agora!
            - Ok, tchau, felicidades, hein?
            - Tchau, valeu, para você também!
            E assim o homem foi e Danilo continuou a caminhar e viu que o término do namoro fez uma pessoa feliz, na verdade, duas! Mas mesmo assim, ele não estava feliz totalmente, faltava algo, essa algo era “ela” (você sabe quem), mas ele tinha que se conformar e encontrar um novo amor. Ele tentava esquecê-la, mas as lembranças não o deixavam , e os sentimentos também. Era uma missão impossível, o escuro, a porta para a solidão, sem qualquer vestígio de luz. Era assim que Gentili se sentia, feliz e ao mesmo tempo só, sozinho, esquecido.
            Já era meia-noite, as ruas desertas, só se ouvia os miados de gatos e os latidos dos cachorros. As pernas de Danilo tremiam, o sangue fervia de nervosismo, vai caminhando até chegar à sua casa. Quando chega, procura a chave e não a acha. Será que ela a perdeu ou será que alguém a pegou?
CONTINUA...

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